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quinta-feira, 25 de abril de 2013

BRASIL INCENTIVA O Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes

Novo Código Penal: entenda o que é e o que pode mudar na vida do cristão se for aprovado
A elaboração de um novo Código Penal por parte de juristas, a pedido do Congresso Nacional,  está gerando polêmica entre políticos pertencentes à bancada evangélica e também entre especialistas no assunto.
Durante sete meses, a equipe de juristas revisou as atuais leis em vigor, elaborou propostas de substituição e estudou leis que encontram-se paradas e em discussão no Congresso, formando um texto único, identificado como PLS 236/2012.
A polêmica encontra-se no fato de que algumas das leis inseridas no novo Código Penal não foram aprovadas em projetos isolados, ou ainda estão em discussão por parte dos políticos e sociedade em geral.
Temas como legalização do aborto, eutanásia, criminalização da homofobia, legalização da prostituição, descriminalização das drogas, violência contra crianças e favorecimento à pedofilia, estão entre os assuntos que seriam aprovados ou teriam uma legislação mais branda.
Segundo a Dra. Damares Alves, assessora jurídica da bancada evangélica, há o risco de que os temas acima sejam aprovados junto com outras medidas pertencentes ao novo Código Penal.
-Entendemos que estamos diante de um dos maiores desafios que os parlamentares defensores da vida e da família já enfrentaram no Congresso Nacional. Todas as nossas bandeiras, todas as nossas lutas estão sendo abordadas no Novo Código Penal. Tudo que há anos conseguimos impedir a aprovação no Legislativo agora se apresenta como solução para que se tenha mais segurança e para que se diminua o crime no Brasil, com o objetivo de assim convencer a sociedade a favor das questionáveis propostas – observa a Dra. Damares Alves.
O texto da nova lei traz ainda, no quesito crime cibernético, um risco à emissão de opinião na internet, prevendo punições em determinados casos.
A questão em torno da homofobia é um dos temas que a Dra. Alves demonstrou preocupação: “No PLS 236/2012 está explícito que falar da homossexualidade poderá ser considerado até mesmo crime contra a humanidade”, observou.
O senador Magno Malta, que fará parte da Comissão do Senado que analisará a proposta elaborada pela equipe de juristas, fez convite, segundo a Dra. Damares Alves, a juristas, juízes, promotores e penalistas para montar uma equipe de trabalho que analisará cada um dos 443 artigos existentes na proposta do novo Código Penal.
No blog da Frente Parlamentar Evangélica há um pronunciamento da ADHT – Defesa da Família e do Casamento Tradicionais; contra o Aborto e contra todo proselitismo, assédio e aliciamento de crianças, adolescentes e jovens por Ativistas Homossexuais, afirmando que o novo Código Penal limita “as liberdades de imprensa, expressão e religiosa, principalmente, estão em perigo com o novo Código Penal, pois de maneira ‘sorrateira’ impõe leis que serão uma afronta a nossa democracia”.
O texto da ADHT convoca os interessados a participar dos debates, que precisam ser intensificados até o dia 04/10, data prevista para a votação do PLS 236/2012: “Levante-se contra isto, não aprove as mudança propostas pelo Judiciário. Eles querem dominar o povo brasileiro”.
O telefone do Senado para manifestações de cidadãos é 0800 612 211, a ligação é gratuita. Para ler a íntegra do artigo da Dra. Damares Alves, acesse este link. Já o comunicado da ADHT, publicado no blog da Frente Parlamentar Evangélica pode ser acessado aqui.


terça-feira, 23 de abril de 2013


Desintoxicação Sexual (6)

por Tim Challies
Você também pode baixar o ebook com todos os artigos aqui ou ler no final do post.
por Tim Challies
por Tim Challies

Liberdade

Eu sei das suas lutas porque, há poucos anos, elas eram as minhas lutas. Não muito tempo atrás, eu era um jovem, lutando (e, algumas vezes, não lutando) contra a luxúria, pornografia e todo o resto. Houve um tempo em que isto me cortejava e me seduza, e me levava cativo. E, ainda assim, hoje posso dizer que a pornografia, no mínimo, não me interessa. Deus me libertou do desejo de usufruir dela. Posso entender suas lutas e também te asseguro que é possível encontrar liberdade.
Houve algumas passagens das Escrituras que foram fundamentais para meu entendimento do sexo quando eu era um jovem considerando o casamento, e quando eu era um jovem recém-casado. Elas foram instrumentais em minha determinação de não sucumbir à tentação da pornografia.
A primeira delas é uma das minhas passagens favoritas da Bíblia. Provérbios 5.18-19 diz: “Seja bendito o teu manancial, e alegra-te com a mulher da tua mocidade, corça de amores e gazela graciosa. Saciem-te os seus seios em todo o tempo; e embriaga-te sempre com as suas carícias”. Eu amo a doçura dessa passagem. Ela chama um homem a encontrar alegria, satisfação e intimidade na esposa que Deus lhe deu. O chama a relembrar o deleite que ele tinha nos dias em que ele e sua noiva eram inocentes e recém-casados, o chama a viver esse deleite. Ele não tem o direito de ir a outro lugar, nenhum direito de “beber de outra cisterna”, para usar a terminologia de Salomão. E por que ele iria querer isso? O verso celebra o dom do sexo e a exclusividade dele.
Quando você se casar você saberá que Deus te providenciou a mulher da sua juventude. Você deve estar intoxicado por seu amor, e não por seu corpo, ou pelo coração de outra mulher, ou por uma série infinita de mulheres. Toda vez que você vê pornografia, toda vez que você se entrega à luxúria, está diminuindo sua capacidade de se intoxicar com o amor dela, de encontrar sua alegria e satisfação nela.
Apenas alguns versos após essa passagem, estão essas palavras sóbrias: “Porque os caminhos do homem estão perante os olhos do SENHOR, e ele considera todas as suas veredas. Quanto ao perverso, as suas iniquidades o prenderão, e com as cordas do seu pecado será detido. Ele morrerá pela falta de disciplina, e, pela sua muita loucura, perdido, cambaleia” (Pv 5.21-23). Homens que se recusam a se intoxicarem com o amor de suas esposas, homens que encontram prazer nos corpos (ou imagens de corpos) de outras mulheres, estão cometendo atos de grande loucura. Sua loucura, sua falta de disciplina, sua falta de preocupação com o pecado, os leva aos caminhos da morte. Existe consequência para seu pecado. Quando você peca antes do casamento, você leva ao casamento todos os tipos de bagagens – todos os tipos de história sexual que impactam você e o seu relacionamento com sua esposa.
Você pode ter dezoito ou vinte anos e pensar que ver agora pornografia ocasionalmente, ver imagens que alimentam sua masturbação, não terá consequências. Você está errado. Mesmo agora você está pecando contra Deus e contra sua esposa ou futura esposa. Você está acumulando pecados, que tornarão mais difícil que você seja um líder efetivo e um amante efetivo. Você está zombando da graça de Deus.
Outro verso, e, eu sei, um verso um pouco estranho, é Gênesis 26.8. Você lembra que Isaque, como seu pai, viajou para outra terra e temeu por sua vida. Como um covarde, negou sua esposa ao invés de arriscar a vida. Porém, Abimeleque olhou por uma janela e “viu que Isaque acariciava a Rebeca, sua mulher”. A palavra “acariciar” obviamente é difícil de traduzir, e as versões da Bíblia a adaptam de maneiras um pouco diferentes. Quando eu era jovem, li um comentário que dizia, corretamente, que ela poderia ser traduzida como brincando. Abimeleque olhou pela janela e viu Isaque e Rebeca fazendo algo que o fez perceber que eles claramente não eram irmão e irmã; ainda assim, ele conhecia o caráter de Isaque bem o bastante para não acusá-lo de algo imoral. Isaque e Rebeca estavam brincando, estavam flertando, indubitavelmente apenas desfrutando de um amor jovem (embora, talvez, em um local inapropriado). De alguma forma, isso expressou o tipo de liberdade que eu queria ter com minha esposa. Liberdade e abertura que eu sabia que não poderia ter se estivéssemos pecando sexualmente um contra o outro.
O terceiro verso é 1 Pedro 3.7, que ordena: “Maridos, vós, igualmente, vivei a vida comum do lar, com discernimento; e, tendo consideração para com a vossa mulher como parte mais frágil, tratai-a com dignidade, porque sois, juntamente, herdeiros da mesma graça de vida, para que não se interrompam as vossas orações”. Aqui, eu percebi que meu relacionamento com minha esposa tinha uma grande importância espiritual. Se eu não estou tratando dignamente minha esposa, minhas próprias orações (não as dela!) serão interrompidas. Como o líder de minha casa, eu preciso continuar crescendo espiritualmente e, para fazer isso, preciso ser fiel em oração. Somente posso fazer isso, aprendi, se eu tratar minha esposa como ela merece ser tratada.  Se eu me entregar à luxúria, à pornografia e a outros tipos de pecado sexual, estaria devastando minha família. Eu não seria o único a sofrer. Como eu poderia trazer esse tipo de dor e devastação sobre as pessoas que mais amo?
A passagem final foi 1 Timóteo 5.1,2, que diz: “Não repreendas ao homem idoso; antes, exorta-o como a pai; aos moços, como a irmãos; às mulheres idosas, como a mães; às moças, como a irmãs, com toda a pureza”. Vejo aqui a conexão entre as mulheres da pornografia, e o mandamento de Deus para que eu trate todas as moças como irmãs. Como eu poderia fazer isso se as desejava no computador? E como eu poderia observar anonimamente jovens no computador e, depois, presumir que seria capaz de desligar essa luxúria e tratar as outras garotas em minha vida como irmãs? Ceder à luxúria em uma área impactaria todas as outras áreas. Deus me ordenou a ver jovens mulheres não como objetos sexuais, mas como irmãs. Eu tenho de tratá-las com toda pureza, em meu coração, em minha mente, em minha vida.
Esses versos, embora possam formar uma coleção meio eclética, me desafiaram profundamente e reajustaram minha mente. Eu os memorizei, ponderei sobre eles, relembrei-os em minha mente, vivi por eles. E algum desejo de seguir à lascívia se perdeu. Eu sabia que era uma obra de Deus porque ele trabalhou em mim por meio de sua Palavra, como ele diz que fará. No lugar disso, ele me deu um grande (e ainda crescente) amor por ela, e aumentou a alegria e satisfação em meu relacionamento com ela. Eu não desejaria que fosse de outra forma.

Conclusão

Herbert e Zelmyra Fishe (casamento mais duradouro do mundo), cristãos.
Meu encorajamento para você é encontrar uma base bíblica para a pureza, uma base bíblica para evitar a pornografia. Alguns homens podem afastar-se da pornografia por um ato de vontade. Alguns podem fazer isso construindo paredes de legalismo, e se forçando a viver dentro desses limites. Mas é melhor, estou convencido, encontrar liberdade por meio da Palavra de Deus. Precisamos combater o pecado com a verdade de Deus; precisamos substituir as mentiras em que queremos crer com o que Deus diz que é verdade. Talvez, alguns dos versos que Deus usou em minha vida ajudarão você; talvez ele ajudará você a encontrar outros. Mas, em qualquer caso, vá à Bíblia e encontre tanto o fundamento para a pureza quanto a sabedoria que pode te ajudar a cada momento.
Alguns dos e-mails mais tristes que recebi em meu ministério online vieram de mulheres, que são mais velhas que você, e talvez, com idade para ser sua mãe. Eles contam histórias de devastação completa – de maridos que se envolveram com pornografia quando eles eram jovens, e que nunca se importaram em abandoná-la. E aqui estão eles, todos esses anos depois, ainda destruindo-se e destruindo suas esposas e famílias. As escolhas que fizeram enquanto jovens ameaçam destruir suas famílias hoje. Essas mulheres, cujos maridos foram chamados por Deus a se intoxicarem com elas por toda a vida, vivem com grandes lacunas em seus corações, esperando que seus maridos se apresentem e os preencham. Poderia esta  ser a sua esposa em algum momento?
O fato é que Deus não dá aos jovens passe livre para pecar; ele não permite que você viva de qualquer jeito por um tempo, e apenas escape ileso. O pecado carrega consigo consequências, quer você peque aos dezoito ou aos oitenta. Afaste-se do seu pecado hoje. Procure a liberdade. Procure Cristo.
Traduzido por Josaías Jr | iPródigo
Agora você também pode baixar o ebook Dexintoxicação Sexual, de Tim Challies:
Você está autorizado e incentivado a reproduzir e distribuir este material em qualquer formato, desde que informe o autor e o tradutor, não altere o conteúdo original e não o utilize para fins comerciais.

Desintoxicação Sexual (5)

por Tim Challies
por Tim Challies

Desintoxicação

O propósito dessa série de artigos é guiar jovens através de uma desintoxicação sexual. As mensagens sobre sexo ensinadas na sociedade e, especialmente, na pornografia têm deixado uma geração inteira de homens com falsas perspectivas sobre o ato, o significado e o propósito do sexo. No último artigo, tentamos montar juntos o princípio de uma teologia do sexo, mostrando por que Deus nos deu o sexo, por que ele nos deu o desejo sexual, e por que ele deu o desejo sexual em medidas desiguais para homens e mulheres. Agora que vimos o que é o sexo, vamos ver o que o sexo não é, e, então, começar a mostrar que você pode amar sua esposa através do ato sexual. Agora que entendemos o significado e o propósito do sexo, somos levados a perguntar: como um marido expressa seu amor por sua esposa no quarto? É aqui que chegamos ao que sei que provavelmente você quer ou precisa realmente saber – o que devo e o que não devo fazer na cama?
Entretanto, primeiro vamos parar rapidamente para olhar o lado negativo do sexo, e ver o que o sexo não é.

Sexo não é…

Sexo não é supremo. Você talvez não aprenda isso desta sociedade e certamente não aprenderá da pornografia, mas sexo não é a coisa mais importante. Sexo é um bom e maravilhoso dom de Deus, mas não é algo supremo. Dentro do casamento e fora dele, há uma tendência de tornar o sexo maior do que ele é, de permitir que seja um tipo de ídolo. Nossos ídolos são sempre coisas boas a que damos muita importância. Sexo é exatamente esse tipo de coisa boa que pode ser transformada em algo muito maior. Um bom dom de Deus pode começar a usurpar a posição do Deus que o concedeu. Poucas coisas da vida levam à idolatria com uma frequência tão grande, com tanto poder, quanto o sexo.
Sexo não é trivial. O sexo é muito poderoso para que brinquemos com ele. É quase impossível alguém lidar trivialmente com o sexo e não ser atraído por ele de uma maneira mais completa. É muito poderoso, muito cativante. Um namorado e uma namorada que começam a fazer sexo raramente serão capazes de parar, mesmo se eles quiserem muito. Um garoto que começa a se masturbar raramente será capaz de simplesmente parar. Como você provavelmente sabe, uma pessoa que começa a ver pornografia em breve desejará ver mais e mais. É claro, isso é parte da função do sexo – Deus desejou que isso fosse atraente, desejável e quase irresistível. Mas, fora de seu contexto apropriado, o sexo é cativante, levando ao aprisionamento pelo pecado. Portanto, não devemos brincar com o sexo. Ele deve ser inteiramente evitado fora de seu contexto apropriado e, então, totalmente recebido dentro do casamento. Não há espaço para algo mais ou algo menos.
Sexo não é primariamente sobre você. Esposas podem testificar muito bem que têm um entendimento melhor deste conceito que seus maridos. Ainda assim, sexo não é, em última análise, sobre seu cônjuge. Sexo é sobre Deus. Embora um marido possa ser motivado pelo desejo de unir-se a sua esposa e fazer sexo com ela, ele deveria, em última análise, fazer isto por obediência ao mandamento de Deus de que marido e esposa desfrutem do sexo frequentemente. Embora uma esposa possa ser motivada pelo desejo de agradar seu marido ou evitar uma briga, sua motivação primária ou principal deveria ser obediência a Deus. Mesmo que você não tenha desejo de fazer sexo, faça por amor a seu cônjuge. Mesmo que nem você nem seu cônjuge tenham desejo de fazer sexo, façam sexo por amor à obediência a Deus.

O problema em focar os atos

Venho dizendo que a pornografia dá a você ideias erradas sobre sexo, e você está perguntando o que isso significa. Então, aqui está a grande pergunta: o que é o sexo normal? Como pessoas normais normalmente expressam uma sexualidade normal? Esse é o tipo de questão que você talvez seja tentado a perguntar, mas é provavelmente a questão errada. Normal é um alvo móvel, do tipo que pode mudar de casal para casal, cultura para cultura, tempo para tempo. A melhor questão é: qual é o propósito de Deus para o sexo? Essa é uma questão ampla, que nos levará a uma resposta que pode incluir mesmo atos particulares, e excluir outros. Ainda assim, não desejo me prender em atos sexuais em particular, uma vez que isso talvez sirva mais para distrair que ajudar. E espero que essa questão possa nos levar de volta ao resto dessa série, construindo esta teologia da sexualidade. Se você ainda não leu esses capítulos, seria uma boa hora para parar e fazer isso.
O princípio que nós, como humanos, sempre queremos perguntar é: “até onde  eu posso ir?”. Mas a questão melhor, mais bíblica, quando se trata de sexo é “o que a dá prazer?”. É claro que mesmo essa boa questão deve ser perguntada com uma consciência de que existem coisas que Deus expressamente proíbe, e outras que ele expressamente ordena. Esses são limites firmes. Sexo deve ser somente e sempre entre marido e esposa. Introduzir alguém mais nesse relacionamento, seja fisicamente, ou apenas graficamente, como por meio da pornografia compartilhada, é uma perversão da natureza um-a-um da sexualidade. Sexo deve ser feito em amor, não com raiva (o que significa que um homem pode estuprar sua própria esposa, se ele se impõe violentamente sobre ela. Que violação do sexo!). Sexo, como tudo mais na vida, deve ser feito com autocontrole, não com uma ausência insensata de domínio próprio.
Dentro desses limites dados por Deus, entregues para nosso bem, existe uma tremenda liberdade. É a liberdade para explorar, descobrir, brincar, dizer “sim”, “não” ou “nunca mais”. Mas é uma liberdade que precisa ser santificada, ser feita santa, especialmente para aqueles que tiveram seu entendimento de sexo moldado pela pornografia. As coisas que supostamente estimulam as estrelas pornôs muito provavelmente não são as coisas que estimularão sua esposa ou que a farão se sentir amada e valorizada ao invés de diminuída em seu leito conjugal. Por quê? Porque as coisas que você tem visto na pornografia são coisas que foram criadas para excitar aqueles que já estão endurecidos contra o que é bom e puro. Aqueles são atos preparados para estimular o coração endurecido, não o coração amável (coloquei em itálico porque quero que você entenda, que pense sobre isso). Você entende o que estou dizendo aqui? Muitas das coisas que vemos na tela quando assistimos pornografia não é o tipo de coisa que você deveria tentar fazer ou impor à sua esposa. Revistas e sites de aconselhamentos (cristãos e não-cristãos) estão cheios de questões sobre o que constitui um comportamento sexual normal. Quando vejo as questões que as pessoas fazem, não é difícil saber quais têm visto pornografia. As perguntas que elas fazem são essencialmente “tudo bem se eu e minha esposa realizarmos esse ato pornográfico?”.
O sexo é amável. Você vê amabilidade na pornografia ou você vê violência? O sexo é doce. Você vê doçura na pornografia que você assiste ou é algo degradante? O sexo é altruísta e doador. Mas a pornografia não é totalmente sobre conseguir e sobre conquistar? Não é sobre ter minhas necessidades satisfeitas agora? Sexo tem limites. Mas a pornografia não supõe que tudo que sinto ou qualquer coisa que eu deseje é aceitável simplesmente porque eu a desejo? A pornografia zomba dos limites.

Mas eu não posso…?

Se eu fosse te dar uma lista de “faça” e “não faça”, esse seria o lugar para fazê-lo. Ou poderia escrever um longochecklist com x em algumas caixas e em outras, não. “Sim você pode fazer isso, sim você pode fazer isso, não você não pode fazer isso”. Em certo sentido, sinto que seria útil, mas ao mesmo tempo, indubitavelmente refletiria minhaconsciência, minhas forças, minhas fraquezas. Seria inevitavelmente legalista por um lado, e licencioso por outro. O que um casal acha abençoadamente prazeroso pode ser repulsivo para outro. A liberdade de alguém é o cativeiro de outra pessoa. Essa é uma das estranhas realidades da maneira que Deus nos fez – eles nos fez diferentes e nos deu diferentes consciências. Portanto, há grande liberdade dentro do casamento para explorar, tentar novas coisas e desfrutar de coisas que são mutuamente prazerosas.
Ao invés daquela longa, porém desapontadora e inútil checklist, deixe-me oferecer os seguintes direcionamentos e deixar que você, em algum momento, o complete com sua esposa. Aqui estão algumas perguntas úteis a se fazer.
O que está em meu coração? Tudo que fazemos, seja no quarto ou em outro lugar, é motivado pelo coração. Portanto, há mais valor em perguntar “o que está em meu coração para que eu queira fazer isso?” que “esse ato em particular é errado?”. Jesus ensinou seus discípulos que é o que vem de dentro, não coisas externas, que contaminam um homem (Marcos 7). Todas as coisas más, quer adultério ou cupidez ou imoralidade sexual, vêm de dentro. Portanto, você precisa ter um coração amável e desejar olhar dentro de seu coração para procurar sua motivação. Faça somente aquilo que é motivado pelo amor por sua esposa. Evite coisas que são motivadas por qualquer tipo de pecado.
Este é o ato de um dominador ou de um servo? Você sabe muito bem que muitos dos atos dentro da pornografia são atos de conquista, não atos de amor e serviço. Você sabe que, na pornografia, o prazer do homem é geralmente bem maior e bem mais genuíno que o da mulher. Não submeta sua esposa a atos que fariam ela sentir-se como apenas um meio para um fim, que fariam ela sentir-se dominada ao invés de amada e sustentada, como se ela fosse maculada ao invés de valorizada.
Isso traz prazer a um ou a ambos? Um dos propósitos do sexo é trazer prazer mútuo. Em seu melhor, o sexo permite que ambos os cônjuges deem e recebam prazer ao mesmo tempo, e por meio dos mesmos atos. O sexo é único nisto, e poderoso e satisfatório de maneira única. Pode acontecer de haver alguma desigualdade no doar e receber prazer, mas cada cônjuge sempre deveria procurar o maior prazer do outro, não de si mesmo. Nunca se agrade às custas de seu cônjuge; não cometa atos que são prazerosos para um e repugnantes para o outro.
Isso perturba sua consciência ou a do seu cônjuge? A consciência é um dom especial de Deus e algo que ele nos ordena a ouvir (Tito 1.15). Enquanto Deus nos dá a todos a mesma Lei por meio de sua Palavra, ele dá a cada um de nós uma consciência que é toda nossa. É-nos exigido que ouçamos essa consciência e não a violemos. Não viole sua consciência a respeito de certos atos, e nem engane sua esposa ao violar a dela.
Você pode agradecer a Deus por isso? É difícil agradecer a Deus por coisas que fizemos em violação à Lei ou à consciência. Ao considerar atos particulares, é importante pensar se você seria capaz de agradecer a Deus por eles. Não faça nada pelo qual você não possa agradecer a Deus.
Em muitos casos, esses direcionamentos podem ser desapontadores, ao convencê-lo de que certas fantasias alimentadas pela pornografia podem não se realizar. Você descobrirá que existem coisas que você assistiu e que você gostaria de tentar, porém elas violam alguns dessas questões. Algumas coisas que são normais na pornografia são proibidas por Deus e são pecado contra ele e contra seu cônjuge. Entretanto, se você confia em Deus, você saberá que ele te dará graça não apenas para superar – na verdade, superar a si mesmo – mas também, para encontrar prazer maior em coisas maiores e mais puras. Muitos casais comprometidos lhe dirão que, durante anos e décadas, eles encontraram grande e crescente prazer naquilo que, de acordo com a pornografia, seria um sexo bem chato. Os anos de sexo com o outro têm provado ser bem mais interessantes, bem mais atraentes, bem mais satisfatórios que qualquer prazer que eles encontrariam fazendo loucuras. Você confia, em Deus, que este pode ser o caso para você e seu noivo?
Traduzido por Josaías Jr | iPródigo
Notas:
Esta série foi originalmente publicada por Tim Challies em seis partes e mais tarde foi compilada em dois e-books, disponíveis em formato PDF neste link.
Você está autorizado e incentivado a reproduzir e distribuir este material em qualquer formato, desde que informe o autor e o tradutor, não altere o conteúdo original e não o utilize para fins comerciais.

Desintoxicação sexual (4)

por Tim Challies

por Tim Challies
por Tim Challies
Sexo egocêntrico

Em minha infância, ouvia muitos boatos sobre os efeitos físicos da masturbação. Ouvi falar de casos em que pessoas perderam todo o cabelo, ou que crescia cabelo em suas mãos, outras que ficaram cegas e outras, ainda pior, que ficaram loucas por causa da prática da masturbação. Contudo, como disse James Dobson, “Se a masturbação realmente causasse [esses efeitos], toda a população masculina e metade da população feminina seria cega, fraca, estúpida e doente. Entre 95 e 98 por cento dos garotos a praticam – e pode ser que o resto esteja mentindo.” Meus pais certamente nunca me disseram essas mentiras, tampouco meus professores ou líderes de juventude na igreja. Essas histórias, no entanto, eram passadas de menino para menino no parquinho, normalmente muito antes de qualquer um de nós ter pensado seriamente sobre a sexualidade. Nem sabíamos o que isso era e nem quais eram suas terríveis consequências.
Embora esses rumores não tenham fundamento, eles continuam a ser passados de garoto para garoto, simplesmente porque masturbação é um tema que gera culpa e vergonha. Esses boatos incentivam o medo de que a pessoa seja descoberta, de que a sua vergonha seja exposta. Não há nenhuma razão física para negar a si mesmo esse prazer sexual. Como Joshua Harris escreve no livro Sexo não é problema (lascívia, sim), “a masturbação não é um hábito imundo que deixa as pessoas sujas. Ele só revela a sujeira que já está em nossos corações.” O ato físico da masturbação simplesmente aponta para um profundo problema dentro de nós. Embora este ato não seja sujo e não torne uma pessoa suja, pode, no entanto, ser ainda um grande prejuízo mental e espiritual, enquanto garotos lutam com sentimentos de culpa, remorso e vergonha por causa de seus hábitos. Para algumas pessoas, esta pode ser uma razão convincente para evitar sua prática, mas para muitos não é. Para muitos de nós, a culpa não é motivação suficiente para limitar nossos comportamentos pecaminosos.

Pureza de mente

A razão mais comumente dada por que as pessoas não devem se masturbar é que polui a mente. A satisfação sexual não é apenas um ato físico, mas um ato que envolve a mente. O ato em si traz muito menos culpa do que a imaginação que o acompanha – as imagens da mente – que são uma parte inevitável da experiência. Essas fantasias correm desenfreadas durante atos de masturbação. Este tipo de fantasia pode ser perigoso pelo menos de duas maneiras. Em primeiro lugar, como muitos adultos têm duramente aprendido, a realidade raramente é tão maravilhosa como a fantasia. Muitas pessoas criam expectativas sobre o sexo em suas mentes que, na realidade, não podem cumprir. Ouso dizer que nunca um adolescente criou uma fantasia em que sua parceira delicadamente e carinhosamente rejeita seus avanços porque ela está muito cansada. Tampouco ele inventou uma fantasia na qual ela declina a participação em um determinado ato porque acha desconfortável ou de mau gosto. O fato é que a fantasia pode criar expectativas irrealistas e não saudáveis do sexo.
Em segundo lugar, a fantasia raramente envolve parceiros sexuais legítimos, assim como as cenas de sexo dos filmes raramente envolvem casais casados, que podem, diante de Deus, ter relações sexuais legítimas. Um rapaz adolescente não tem nenhuma razão legítima para realizar fantasias sexuais, porque ele não tem um parceiro dado por Deus com quem ele possa consumar tal desejo. Embora seja perfeitamente legítimo um marido sonhar com um encontro sexual com sua esposa, a masturbação pode incentivá-lo a encher sua mente com pensamentos sobre outras mulheres, ou mesmo a procurar material pornográfico como combustível para sua mente.
A fantasia é perigosa quando não é devidamente controlada. Masturbação é pecado porque viola o ensino do Senhor sobre a pureza moral. “Mas eu digo a você que todo aquele que olhar para uma mulher com intenção sensual, já cometeu adultério com ela em seu coração” (Mateus 5:28). Fantasia também pode ser perigosa quando se cria expectativa irreal.
Alguns irão protestar dizendo que quando eles se masturbam estão apenas realizando um ato físico para aliviar o stress ou o tédio. Eles irão insistir que não sucumbem a pensamentos inadequados. Em seu livro, Quando bons homens são tentados, o autor Bill Perkins escreve: “Parece-me que a masturbação é amoral. Em algumas circunstâncias é comportamento aceitável. Em outras ocasiões, é claramente errado” (página 122). Ele passa a oferecer três testes que irão avaliar se um determinado caso é certo ou errado: o teste de pensamento (se o ato é acompanhado de fantasias inadequadas), o teste de auto-controle (se o ato torna-se obsessivo) e o teste de amor (se isso leva uma pessoa a deixar de atender às necessidades do seu cônjuge).
James Dobson ensina uma visão semelhante da masturbação. Quando eu era mais novo, meus pais me deram seu livro Preparando-se para a adolescência e eu me lembro bem deste ensinamento. Ele acredita que todos os meninos (e a maioria das meninas) experimentam a masturbação e que a culpa trazida pelo ato destrói muitas crianças. Assim, ele acredita que os pais devem raramente falar com seus filhos sobre isso, e se o fazem, devem fazê-lo para tranquilizar os seus filhos de que tais práticas são normais. Aqui está o que ele diz em seu site:
“A minha opinião é que a masturbação não é muito um problema com Deus. É uma parte normal da adolescência que não envolve mais ninguém. Não causa doença. Não produz bebês, e Jesus não menciona isso na Bíblia. Eu não estou dizendo para você se masturbar, e eu espero que você não sinta necessidade disso. Mas se você fizer, minha opinião é que você não deve lutar com a culpa desse ato. Por que eu digo isso? Porque eu lido com muitos cristãos jovens que estão dilacerados com a culpa da masturbação, querem parar e simplesmente não conseguem. Gostaria de ajudar você a evitar essa agonia.”
Esta resposta é muito humanista. A maneira correta de evitar a agonia da culpa não é ignorar o pecado, mas focar sobre o evangelho. Dobson considera que este é um problema com o qual os jovens não devem agonizar. Mas fale honesta e abertamente com jovens e eles vão te dizer que eles realmente querem falar sobre isso e que querem ter certeza de que masturbação é pecado e que eles podem e devem superá-lo. A culpa que sentem não é irracional, é boa, do tipo que vem por causa do pecado e destina-se a ajudar a corrigi-lo.
Assim como Perkins, Dobson não se envolve em uma análise bíblica deste tema em particular. Ele conclui que a masturbação é amoral porque não há nenhuma passagem bíblica específica que permite ou condena a prática. Encontrei estas palavras em um site: “Se a masturbação é um pecado, então é um tanto estranho que a Escritura tenha deixado o crente especulando sobre seu estado moral.”
No entanto, como veremos, a Bíblia não é silenciosa e não nos deixa especulando. O fato de que a Escritura não menciona explicitamente a masturbação simplesmente aponta para o fato de que ela fala tanto e tão profundamente sobre a sexualidade que não há necessidade de falar sobre masturbação (assim como a Escritura fala tão bem sobre o assassinato e o valor da vida humana que não precisa falar explicitamente sobre o aborto). O ensinamento da Bíblia sobre sexualidade prova que a masturbação é pecado tanto se for um ato acompanhado de fantasia pecaminosa quanto se for um ato puramente físico.

O propósito de Deus para a sexualidade

Nós já aprendemos que o propósito último do sexo é prover intimidade entre marido e mulher. Não há maior expressão de vulnerável intimidade entre seres humanos. Um exame atento do ensino da Escritura sobre a sexualidade vai revelar que não temos nenhuma razão para acreditar que Deus tenha destinado o sexo para ser uma atividade privada. O coração e a alma da sexualidade é dar e receber prazer sexual. O sexo é destinado a ser um meio de satisfação mútua, em que o marido pensa primeiro em sua esposa, e a esposa, primeiro em seu marido. Ao satisfazerem as necessidades do outro, eles têm as suas próprias necessidades satisfeitas. É um belo quadro de intimidade! Como qualquer casal pode testemunhar, quanto mais altruísta o sexo, melhor ele se torna. Quanto mais cada um dos cônjuges pretende agradar ao outro, mais satisfatório e gratificante o ato se torna. Isso é bonito. Como poderíamos esperar, o contrário também é verdadeiro. Sexo que é completamente egoísta é humilhante e insatisfatório (o estupro, um ato de egoísmo sexual absoluto, pode ser a expressão máxima do sexo egoísta).
O sexo é tão importante para um casamento que a Bíblia nos proíbe negligenciá-lo. “Não se privem um ao outro, salvo talvez por um acordo mútuo, por tempo limitado, para dedicarem-se à oração; mas depois se unam novamente, para que Satanás não os tente por causa da falta de auto-controle” (1 Coríntios 7:5). Esta privação pode referir-se não só ao tempo, mas também à atividade. Um homem não deve privar sua esposa durante um período de tempo, nem deve privá-la ao praticar atividade sexual privada. Assim como os casais casados podem atestar a importância do sexo, tenho certeza que a maioria também pode perceber alguns momentos em que negligenciaram essa atividade e podem atestar as dificuldades causadas em seu casamento. Deus quer que marido e esposa façam sexo um com o outro e regularmente.
O mútuo dar e receber está no coração do propósito de Deus para a sexualidade e é exatamente o que a masturbação não fornece e não pode fornecer. A masturbação arranca a sexualidade do seu propósito divino de satisfação mútua. Ela pega um ato que Deus criou para construir o relacionamento e faz-lhe um ato de isolamento egoísta. A masturbação e a fantasia tentam criar uma falsa intimidade ao invés da verdadeira intimidade entre marido e esposa que Deus criou dentro do relacionamento conjugal.
Continuando em 1 Coríntios, lemos: “O marido conceda à esposa o que lhe é devido, e também, semelhantemente, a esposa, ao seu marido. A mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo, e sim o marido; e também, semelhantemente, o marido não tem poder sobre o seu próprio corpo, e sim a mulher.” (1 Coríntios 7:3-4). O corpo de um homem não pertence a si mesmo, mas a sua esposa ou a sua futura esposa e, finalmente, a Deus. O corpo de uma mulher pertence ao marido (e a Deus). Da mesma forma, o corpo da mulher solteira pertence ao seu futuro esposo e deve ser mantido puro para ele. Nenhum dos dois tem o direito de expressar a sexualidade para além do outro. Quando a Bíblia diz que um homem deve expressar sua sexualidade exclusivamente com sua esposa, por que muitos interpretam que ele é livre para expressar sua sexualidade sem ela?

Quão mal?

Até agora eu acho que deve ter ficado claro que a masturbação é um pecado do qual deve-se arrepender e contra o qual os cristãos precisam lutar. Infelizmente, porém, para muitos jovens cristãos, isso torna-se uma questão que começa a definir o seu estado espiritual. Algumas pessoas sentem tamanha culpa pela prática de tal ato que começam a questionar a sua salvação e começam a ver-se apenas através da lente deste pecado. Não há dúvida de que este é um pecado grave, mas não deve ser dada tanta proeminência que as pessoas não consigam ver nada além disto. Joshua Harris escreve sabiamente, “Quando nós inflamos a importância deste ato, ou nós vamos ignorar as muitas evidências da obra de Deus em nós ou vamos ignorar outras expressões mais graves da lascívia que Deus quer que tratemos”.

Pornografia

Quero adicionar uma palavra breve aqui sobre a pornografia. Eu não preciso nem dizer a conexão que há entre a pornografia e a masturbação. Apesar dessa conexão, muitas discussões sobre pornografia não discutem também a masturbação. Mesmo assim, o grande objetivo de se ver  pornografia é que ela sirva de combustível para a fantasia sexual e então culmine na masturbação ou noutra forma egoísta de expressão sexual. As pessoas não costumam ver pornografia e, em seguida ir lavar a louça! Pouquíssimos cristãos argumentariam que a pornografia é aceitável e, mesmo assim, inúmeros são atraídos e ludibriados por ela. Tal como a masturbação, a pornografia é inerentemente egocêntrica. Ele cria uma falsa intimidade entre um pessoa anônima numa revista (ou em uma tela) e o espectador. Provê escapismo e liberação, mas não exige qualquer esforço ou auto-negação. Cria uma perversão egoísta e egocêntrica do verdadeiro ato sagrado. Combinar masturbação e pornografia é compor pecado com mais pecado.

Uma busca não egoísta

Você percebe, então, como a masturbação nega a finalidade para a qual Deus criou o sexo? O sexo não foi feito para ser uma busca egoísta. Não se pretendia focar os pensamentos de uma pessoa sobre si mesma e sobre suas próprias necessidades. Pelo contrário, o sexo foi concebido como um meio de cumprir o mandamento do Senhor para estimar o outro como superior a si mesmo. O prazer do sexo não se destina a ser apreciado de forma isolada, mas a ser apreciado proporcionando esse mesmo prazer ao outro. Masturbação não pode cumprir o desígnio de Deus para a sexualidade e, portanto, não tem lugar na vida de alguém que se chama de cristão.

O Evangelho

Para aqueles que lutam contra este pecado, tenham bom ânimo, pois há esperança. Não encontre conforto naquele frio consolo que diz “todo mundo faz isso.” Tome conforto, em vez disso, na boa notícia do evangelho. O sangue de Jesus foi derramado por pecados como este e o poder do Espírito Santo foi dado a nós para que possamos superá-lo. Este não é um pecado que está além do poder de Deus. Você pode ser libertado.
Traduzido por Gustavo Vilela | iPródigo
Nota: Esta parte do estudo não foi publicada no blog do autor, mas foi inserida no ebook, de onde traduzi. O link aqui.
Você está autorizado e incentivado a reproduzir e distribuir este material em qualquer formato, desde que informe o autor e o tradutor, não altere o conteúdo original e não o utilize para fins comerciais.

Desintoxicação sexual (3)

por Tim Challies
por Tim Challies
por Tim Challies
(a primeira parte deste post pode ser lida aqui, a segunda aqui)

Uma teologia do sexo

O que Deus criou primeiro: a fome ou a comida? Deus fez o homem ter fome e depois inventou o alimento para saciar a necessidade? Ou será que Deus primeiro inventou os alimentos e, em seguida, deu ao homem um apetite que o motivasse a buscar esse bom presente de Deus? Enquanto nós geralmente criamos uma necessidade para depois conseguir satisfazê-la, Deus tem um fim antes mesmo do início. Ele cria bons presentes e, só depois, cria uma necessidade para eles. Ele não cria uma necessidade para a qual não haja preenchimento. O tema deste capítulo é, simplesmente, sexo, e quero oferecer uma breve teologia do sexo e do desejo sexual. Quero ajudá-lo a ver por que Deus criou o sexo, por que ele criou o desejo sexual, e por que ele distribuiu o desejo sexual em medida desigual.

Sexo

Deus nos dá o sexo porque ele tem um poder ímpar de conduzir um marido à sua esposa e uma mulher ao seu marido. Ele sabe disso porque ele é Quem inventou isso! Ele o fez de um modo que o sexo é muito mais do que a soma de suas partes. Poderíamos descrever o sexo apenas em termos de partes do corpo e hormônios, mas nunca chegaríamos nem perto de entender o que ele é. É como tentar descrever um bolo só em termos dos seus ingredientes – farinha, leite, ovos (ou, se fôssemos descrever a Ceia do Senhor, fazendo referência apenas a comer pão e beber vinho). Sexo vai muito além do aspecto meramente físico. Ao contrário, estende-se para o emocional e espiritual. É através da união sexual que duas pessoas são feitos uma só. É um mistério que só pode ser comparado, em termos de impacto, com a união de Deus ao seu povo, como somos enxertados nele.
Deus deu-nos algo extraordinariamente poderoso e foi sábio em colocar limites rigorosos sobre isso. Ele tem todo o direito de fazê-lo porque ele é quem criou o sexo e criou sua função. Sexo, então, é para ser compartilhado apenas entre um marido e sua esposa, e não pode ser estendido para outros, quer antes do casamento, quer durante o casamento (Mateus 5:27,28). O sexo não deve ser despertado até a hora certa (Cantares 8:4). Sexo é para ser praticado regularmente, durante um casamento (1 Coríntios 7:1-5). Tais limites não são destinados para inibir a liberdade, mas para aumentar a liberdade. Quando usamos este dom como Deus o quer, ganhamos grande alegria e liberdade nele. Quando utilizamos o dom de forma errada, acabamos sofrendo por tal abuso.
A finalidade do sexo, então, é fornecer um meio único através do qual o marido e sua esposa podem conhecer um ao outro, servir um ao outro, expressar vulnerabilidade, dar e receber. Nenhuma outra área no casamento oferece tanto a ganhar e tanto a perder. Nenhuma outra área no casamento põe o casal tão junto. E nenhuma mensagem poderia estar mais longe do que o que é visto na pornografia.
Muitos teólogos têm tentado chegar ao significado mais profundo do sexo. “Sexo é uma imagem, uma metáfora, para apontar-nos as alegrias do céu”, eles poderiam dizer. E talvez isso seja verdade. Mas eu não acho que a Bíblia nos diz isso claramente. Também não estou convencido de que precisamos encontrar algum significado mais profundo no sexo a fim de afirmar a sua bondade. Sexo é inerentemente bom, porque foi criado por um Deus bom. Não é necessário construir uma teologia complexa em torno do sexo como se ele só fosse bom em algum tipo de sentido secundário. Ele é perfeitamente bom em si mesmo. Mesmo que seu sentido último não seja mais profundo do que o prazer e a satisfação mútua, o sexo é bom porque Deus é bom. Ele poderia facilmente ter decretado que o sexo fosse uma parte integrante de cada casamento e, em seguida, fazê-lo intrinsecamente desagradável. Ele não o fez. Ao contrário, ele fez o sexo quase transcendente no seu prazer. Em seu melhor, o sexo realmente transcende a maior parte dos outros prazeres da vida. Em sua singularidade, em sua alegria, em sua liberdade e vulnerabilidade. E nestas coisas, o sexo põe marido e mulher juntos em uma maneira única e inigualável.
Quando você entende isso, você deve também compreende porque o sexo é para ser desfrutado apenas entre marido e mulher. Você compreende porque Deus proíbe o sexo pré-marital (fornicação), porque ele proíbe o sexo fora do casamento (adultério) e por que ele proíbe o sexo egoísta (masturbação). Todas estas coisas zombam da realidade. Todas estas coisas são abusar do bom presente de Deus.

Desejo

Juntamente com o sexo, Deus criou o desejo sexual. Quando jovem, eu, como tantos outros, lutava com a incapacidade de expressar meu desejo sexual crescente e até mesmo me lembro de clamar a Deus perguntando por que ele tinha me dado esse desejo. Muitas vezes o desejo sexual é um fardo pesado. A resposta às minhas perguntas veio só mais tarde.
Há alguns que dizem que o desejo sexual existe apenas para motivar a procriação, que a desejo de fazer sexo vai levar o marido a juntar-se à sua esposa com o feliz resultado de concepção. Aqui C. S. Lewis aplica um corretivo útil (em seu livro Cristianismo Puro e Simples). Ele afirma que a finalidade biológica do sexo é a procriação (e não podemos perder de vista este objetivo importante do sexo), mas ele traça um paralelo útil com o apetite que temos para o alimento. A finalidade biológica de comer é para reparar o corpo e, embora algumas pessoas sejam dadas à glutonaria, nós sabemos que o apetite vai um pouco além da finalidade biológica. Um homem conseguiria comer duas vezes mais comida do que seu corpo necessita para seus efeitos biológicos, mas poucos vão comer isso tudo.
Quando se trata de sexo, porém, o apetite excede em muito a sua finalidade biológica. Se o apetite sexual correspondesse à sua função biológica, a pessoa só teria desejo sexual algumas vezes na vida, ou então ela teria milhares de filhos. Será que isso não nos ensina que Deus deseja que façamos sexo por motivos além da procriação? A única outra alternativa é que esse apetite é um produto do pecado e deve ser suprimido. Mas não, isso não pode ser. A Bíblia é clara em legitimar o desejo sexual. O desejo dentro do casamento e o desejo pelo seu próprio cônjuge são legítimos diante de Deus.
Deus dá desejo sexual ao homem, um apetite sexual, porque quer que ele tenha relações sexuais com a sua esposa. Será que não pode ser simples assim? E mais, Ele dá um apetite forte que supera qualquer tipo de finalidade biológica, porque ele quer que o casal a faça muito sexo. Afinal, a única admoestação na Escritura quanto à freqüência do sexo no casamento é permitir apenas uma breve pausa, com um objetivo bem definido e, mesmo assim, apenas para o motivo específico de dedicar tempo à oração (ver outra vez 1 Coríntios 7), e ainda, mesmo assim, só se ambos estiverem de acordo. Na verdade, a Bíblia vai tão longe a ponto de dizer que o corpo da mulher pertence ao marido, que ele tem autoridade sobre o corpo dela. E que o corpo do marido pertence à sua esposa, ela tem autoridade sobre o corpo dele. O princípio dominante é que maridos e mulheres devem ter relações sexuais com freqüência e não recusar um ao outro este dom especial.
Sexo é uma parte integrante da relação de marido e mulher de tal forma que Deus deu o desejo de participar disso, de apreciar esse relacionamento. Este desejo sexual motiva o homem a buscar uma esposa e se casar com ela para assim, juntos, eles poderem desfrutar do sexo. Este desejo motiva o homem a continuar buscando sua esposa, mesmo depois de estarem casados. Sem este desejo, sem este apetite, seria muito mais fácil para nós evitarmos cumprimento do dever dado por Deus de ter relações sexuais (e muitas) e, por meio delas, a experiência da intimidade e da unidade (e muita). Então Deus dá o desejo que se destina a ser cumprido apenas dessa forma. Se nós não experimentarmos as dores da fome nós podemos não comer. Se nós parássemos de comer, nosso organismo iria parar e nós morreríamos. Se nós não sentíssemos desejo sexual poderíamos não ter relações sexuais. E se deixássemos de ter sexo, nosso casamento iria sofrer e morrer. Desejo sexual, então, é um dom de Deus dado não para atormentar, mas para motivar a obediência. Quando um jovem inevitavelmente sente o desejo sexual não é um convite à pornografia e masturbação, mas uma cutucada em direção ao casamento.

Desejo desigual

No entanto, o desejo sexual, o apetite para o sexo, não é dado em igual medida. Ele é geralmente dado em maior parte para os homens. Por quê? A resposta, eu estou convencido, vai direto ao coração do relacionamento marido-mulher. Deus ordena que os homens, maridos, sejam líderes. Os homens têm o papel de liderança, enquanto as mulheres têm o de seguir. Deus quer que os homens tomem a liderança, mesmo no sexo e, portanto, ele dá aos homens um maior desejo sexual. Desta forma, os homens podem guiar suas esposas, tomar a iniciativa, tendo o cuidado de amar suas esposas de tal forma que elas desejem ter relações sexuais com seus maridos.
De modo geral, o homem encontra intimidade e aceitação através de sexo, enquanto a mulher precisa experimentar intimidade e aceitação antes que ela possa estar preparada para desfrutar o sexo. E assim Deus dá ao homem um apetite sexual tal que ele possa, por sua vez, fornecer para sua esposa necessidades antes que ela proveja para ele. Seu apetite sexual não pode ser separado de sua liderança. Se a mulher estivesse na liderança a este respeito, se ela sempre fosse a instigadora sexual, seria muito menos provável que o marido buscaria sua esposa e procuraria atender suas necessidades exclusivas. Você vê o quanto isso é bonito? O marido tem um desejo que somente sua esposa pode satisfazer, um desejo por sua esposa; Portanto, ele assume a liderança na busca de satisfazer esse desejo. Ele faz isso ao encontro dos desejos de sua esposa que, por sua vez, leva ela a apreciar e, finalmente, satisfazer seus desejos. E então, nesse ato de consumação, Deus concede a graça que ultrapassa a mera união de carne e osso.
Enquanto o marido lidera, a esposa é chamada por Deus a submeter-se à liderança de seu marido, mesmo no leito conjugal. Como em outras áreas da vida, ela é chamada a desafiar tal liderança somente se as exigências do marido violarem a sua consciência ou a lei de Deus. Podemos ver isso como uma responsabilidade da mulher, mas também temos de ver isso como uma responsabilidade particular do marido. Ele deve liderar de tal maneira que sua esposa não tenha nenhuma razão para recusá-lo. Ele deve ser sensível às suas necessidades e desejos. Ele deve reconhecer os momentos em que, por uma razão ou outra, seria muito difícil para ela doar-se a ele. Ele não deve tentar conduzi-la a atos que iriam deixá-la desconfortável ou fazê-la sentir-se violentada. Ele precisa exemplificar a liderança como um servo mesmo ali no quarto. Seus pensamentos devem ser primeiro a favor dela. O marido pode ter, às vezes, tendência de ser ou um tirano no quarto, abusando de sua liderança por dominação ou abdicação. Ele nunca deve fazer isso.
Se Adão e Eva gozavam sexo antes de sua queda em pecado (eu tenho a impressão de que a Queda aconteceu pouco tempo depois da Criação, mas creio que houve algum tempo entre os dois eventos, portanto, eles devem ter gozado do sexo perfeito por um pouco.) não deve ter havido uma só ocasião em que Eva recusou Adão porque nunca houve uma época em que ele não esteve pensando primeiro nela. Que razão teria ela para recusar? Mas depois que pecou, quando Adão parou de pensar em primeiro lugar em Eva e quando ela começou a se rebelar contra sua liderança, foi aí que o sexo tornou-se uma luta. E continua a ser uma luta hoje. Eu sei que a maioria dos maridos e esposas irá concordar que eles tiveram mais lutas sobre o sexo do que sobre qualquer outra coisa. O meio de graça mais especial para um marido e sua esposa se tornou a maior causa de conflitos. E isto é exatamente o que Satanás pretende. Apesar de Satanás odiar qualquer tipo de prazer, ele ainda os usa para seus fins. Seu plano é que as pessoas tenham muito sexo fora do relacionamento conjugal e pouco dentro da relação do casamento quanto possível. Seu plano é mascarar, ocultar o verdadeiro propósito do sexo por trás do prazer e o mostrar como um simples ato físico. É um plano inteligente e que tem sido provado eficaz repetidas vezes.
Você vê como a pornografia distorce tudo isto? A pornografia faz uma zombaria dos propósitos do sexo, do desejo sexual e do desejo sexual desigual. Enquanto Deus diz que a finalidade do sexo é a construção da unidade entre um marido e sua esposa, a pornografia diz que é apenas para satisfazer todo o desejo com qualquer parceiro. Enquanto o desejo sexual é bom, fazendo um marido buscar sua esposa (e a mulher o seu marido) pornografia diz que não pode e não deve ser controlada. Todas as mensagens da pornografia vão diretamente contra os propósitos de Deus.
Podemos não entender exatamente o que o sexo faz dentro de um casamento, mas podemos confiar que Deus tem seus motivos para inventá-lo e ordenar que o experimentemos. O sexo é um chamado para o marido buscar a sua esposa e para conduzi-la, como servo, para uma compreensão mais profunda e uma maior apreciação deste dom. É um chamado à mulher par servir o marido, confiando nele e confiando que os dons de Deus, quando usados como ele determinou, sempre fazem bem.
Traduzido por Gustavo Vilela | iPródigo
Série originalmente publicada por Tim Challies em seis partes (a terceira aqui).
Você está autorizado e incentivado a reproduzir e distribuir este material em qualquer formato, desde que informe o autor e o tradutor, não altere o conteúdo original e não o utilize para fins comerciais.

Desintoxicação sexual (2)

por Tim Challies
por Tim Challies
(a primeira parte deste post pode ser lida aqui)

Libertando-se

Quando eu conheço um jovem hoje, eu presumo que ele está preso à pornografia, ou pelo menos que já esteve. É triste, mas é verdade. A grande acessibilidade da pornografia praticamente garante que todo jovem rapaz vai encontrá-la; e depois de tê-la provado, é difícil não se entregar a ela. Eu sei que a questão da pornografia é falada com tanta frequência nos círculos cristãos que corremos o risco de se torná-la clichê, mas é uma realidade que não podemos evitar ou ignorar. O objetivo deste livreto não é tanto dizer, “saia da pornografia” quanto o é dizer: “olhe o que a pornografia está fazendo com o seu coração.” Espero que esta mensagem possa ajudá-lo a: primeiro, ver que você realmente precisa parar de olhar pornografia e, segundo (e mesmo que você já tenha se libertado) que você precisa encontrar uma nova maneira de olhar para o sexo. Apenas parar, embora seja a coisa certa a fazer, não é suficiente. É necessário substituir as mentiras pela verdade.
Eu não gostaria de continuar este estudo sem primeiro retificar uma das grandes mentiras sobre a pornografia e então implorar aos jovens para que se libertem de suas garras.

O casamento vai fazer a pornografia ir embora!

Eu já falei com jovens que pensam que a resposta para a sua dependência de pornografia e o seu vício de masturbação é o casamento. “Se eu me casar, eu poderei ter relações sexuais legítimas e então todo este pecado vai desaparecer”. Isto pode parecer uma suposição lógica, mas é tragicamente falha. Ela assume uma medida de igualdade entre um sexo ilegítimo e egoísta e o sexo legítimo dentro do casamento. Ela assume que o ruim pode ser simplesmente substituído pelo bom como se houvesse uma equivalência de 1-para-1 entre as duas experiências. O rapaz dá uma saída legítima para seus desejos e, então, ele não será mais um desejo ilegítimo, certo?
Legiões de homens e suas esposas feridas podem testemunhar que isso não funciona dessa maneira. A pornografia e o sexo dentro do casamento são coisas completamente diferentes. Sim, quando você se casar, você pode achar que no começo está bem satisfeito com a sua esposa e pode encontrar satisfação no sexo com ela. Mas o pecado ainda pode estar adormecido. Se o pecado nunca for tratado, é provável que volte. Mais cedo ou mais tarde, se você nunca realmente se arrependeu daquele pecado, ele vai aparecer novamente com toda a sua feiúra. Talvez seja num momento em que sua esposa viaje por alguns dias, ou quando você viajar e encontrar-se sozinho em um quarto de hotel em uma cidade estranha. Talvez seja após o nascimento de seu primeiro bebê, quando há aquele tempo de espera em que, durante várias semanas, não se pode ter relações sexuais. Mas é muito provável que o pecado vá voltar para ferir você e sua esposa.
Você precisa matar o pecado! Você não pode simplesmente pôr uma máscara sobre ele, encobri-lo, e achar que está lidando com o problema. É como aquelas pessoas de que você ouve falar no jornal, que matam alguém e guardam o corpo em uma parede ou colocam em uma caixa no porão. Quem é burro o suficiente para pensar que isso realmente funciona? O corpo vai começar a feder e mais cedo ou mais tarde todos irão perceber que algo está morto e apodrecendo. É assim com o pecado. Você pode encaixotá-lo para se parecer com algo legítimo, você pode colocar a caixa no porão e cobri-lo, mas, mais cedo ou mais tarde, a caixa e a morte que ela contém vão feder. Você não vai enganar ninguém, muito menos aquele que vê as profundezas do coração. “O inferno e o abismo estão abertos perante o Senhor, quanto mais os corações dos filhos dos homens!” (Provérbios 15:11). Não ignore o seu pecado!

Lide com o pecado!

Se você quiser ser um marido bom e piedoso algum dia, se você quiser ser capaz de tratar a sua esposa do jeito que ela merece ser tratada, você precisa parar de ver pornografia agora mesmo. Neste instante. Hoje. E então você precisa reformular a sua compreensão do sexo, substituindo as distorções pela verdade pura. “Exterminai, pois, as vossas inclinações carnais; a prostituição, a impureza, a paixão, a vil concupiscência, e a avareza, que é idolatria pois por estas coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência;” (Colossenses 3:5,6).
Mas você já sabe que precisa parar. Não existem muitos homens cristãos por aí que estejam à procura de pornografia e que não saibam que precisam parar. O problema não é com o conhecimento, é com vontade e capacidade. Todo homem cristão que vê pornografia quer parar, mas muitos deles querem parar um pouco menos do que eles querem continuar. E assim o pecado prevalece. A única maneira de você parar é começar a ver a natureza monstruosa do pecado que você está cometendo. Você só vai parar quando o pecado for mais terrível para você do que agradável ao praticá-lo. Você terá que odiar o pecado antes que você se veja liberto dele. Obviamente a pornografia é um pecado que é em primeiro lugar contra Deus. Deus odeia a pornografia como ele odeia qualquer distorção de suas boas dádivas. Você sabe que isto já foi dito inumeráveis vezes. Neste livreto estou tentando mostrar-lhe alguns dos efeitos secundários da pornografia e, principalmente, o fato de que a pornografia reformula sua compreensão de sexo, de masculinidade, de feminilidade. Quero que você tenha ódio e medo disto como você deveria ter do pecado em si. Eu quero que você saiba que você não pode ser um marido amoroso, um marido eficaz, um homem temente a Deus, enquanto sua mente está cheia com as mentiras da pornografia. Você necessita se libertar e precisa de desintoxicação.
Deus está infinitamente mais disposto a lidar com o seu pecado do que você está a cometer o pecado. Você pode até amar este pecado e estar comprometido com ele, mas se você é um Cristão, Deus está mais disposto do que você a superá-lo e destruí-lo. Ele concederá graça para você colocar o pecado à morte. “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.” (1 João 1:9).

Libertando-se

Tempo e experiência me faltariam para traçar um plano para derrotar a pornografia neste livreto. Você pode encontrar todos os tipos de informações online (um exemplo seria esse:Libertando-se do vício pornográfico) e em bons livros*. Mas, por melhores que os recursos possam ser, eu não recomendo começar em nenhum deles. Se você verdadeiramente quer superar a pornografia, procure o seu pastor. Não sei se há um só pastor na América que não esteja ajudando alguém a lutar contra a pornografia.
Entenda a sua vontade de falar com alguém sobre o seu problema como um sinal de que você está, na realidade, finalmente, disposto a lidar com ele. A igreja local é o contexto ideal para combater esse tipo de pecado, uma vez que lá se encontra a autoridade e o apoio para ajudá-lo a lutar e, finalmente, para ajudá-lo a vencer. Se você quiser vencer a pornografia, verdadeiramente superá-la, você estará disposto humilhar-se e falar com alguém sobre isso. Embora Deus possa, ocasionalmente simplesmente remover o desejo de uma pessoa por pornografia, é muito mais provável que seja um longo e difícil processo. Ver o quão profundo este pecado foi e assim, lentamente tratar a infecção.
Eu sei que há algumas pessoas que não têm este tipo de acesso aos seus pastores, o tipo que você pode dizer: “Preciso de ajuda!” Se esse for o caso, encontre um homem cristão maduro de confiança (certifique-se que ele preenche todos os quatro qualificadores), a quem você possa falar. Não fale com o seu amigo de dezoito anos de idade e faça algum acordo de responsabilidade com ele. É pouco provável que isso ajude. Recorra a um homem cristão a quem você ama e respeita e diga-lhe com o que você está lidando. Isso vai ser humilde e humilhante em todas as melhores formas. Mas garanto que ele vai simpatizar com você e estará tanto disposto quanto ansioso para ajudá-lo a lutar e vencer este pecado.

Iniciando a desintoxicação

Como eu disse no capítulo anterior, a pornografia, como qualquer outro pecado, vem com uma espécie de efeito cascata. Se você estiver olhando pornografia por qualquer período de tempo, estou certo de que você pode se identificar com isso. Você vai saber que as coisas que te interessavam no início, agora parecem muito brandas. E as coisas que foram uma vez brutas já estão começando a interessar você. Essa é a natureza do pecado. Esta é a maneira que o pecado sempre age. Ele sempre exige mais de você. E enquanto isso, quando você tem certeza de que está controlando o seu pecado, é ele que tem controlado você. Ele reformulou a sua mente e seu coração de determinadas maneiras, e chegou mesmo a formar sua compreensão de sua própria futura esposa! Você está olhando para ela por meio dos olhos de um pornógrafo! Você gostaria que o dono da revista Playboy fitasse o corpo de sua esposa? Você está olhando para ela por meio dos olhos dele. Os olhos que ele e outros como ele lhe deram por meio do consumo de sua pornografia.
O que você precisa fazer é pegar emprestados os olhos de Deus e prepare-se para olhar para a sua esposa através dessa lente, através desse filtro. É necessário substituir as mentiras pela verdade. E Deus lhe deu a Bíblia para que você possa fazer exatamente isso. Por meio da Bíblia somos capazes de tomar emprestados os olhos de Deus e ver o mundo como Ele o vê. E assim, no próximo post formaremos uma Teologia do Sexo, buscando entender o propósito do sexo, a finalidade do desejo sexual e até mesmo a finalidade do desejo sexual desigual.

Perguntas e respostas

1. Você acredita que a pornografia tenha produzido algo no seu coração?
2. Alguma vez você já se encontrou pensando que o seu problema com a pornografia e a masturbação seria resolvido se você se casasse? Você acha que esse é realmente o caso?
3. Você acredita que a masturbação e a pornografia são prejudiciais para um casamento de saudável? Você acredita que pode ser prejudicial para o seu futuro casamento?
4. Quando se trata de pecado sexual, você se vê mais comprometido com o seu pecado ou em obedecer a Deus?
5. Você tem pastores com quem você contar na luta contra este (ou qualquer outro) pecado? E quanto a homens mais velhos, que possam estar dispostos a aconselhar você?
6. Se você ainda estiver vendo pornografia, você está disposto, hoje, a ir falar com seu pastor ou seu pai ou tutor sobre o seu problema?
Traduzido por Gustavo Vilela | iPródigo
Notas do tradutor:
*Verifique no final desta série alguns recursos recomendados pelo autor.
Série originalmente publicada por Tim Challies em seis partes (a segunda aqui), que mais tarde foi compilada em dois e-books, disponíveis em formato PDF neste link.
Você está autorizado e incentivado a reproduzir e distribuir este material em qualquer formato, desde que informe o autor e o tradutor, não altere o conteúdo original e não o utilize para fins comerciais.
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SE VOCE DUVIDA LEIA O CAPITULO1 DO LIVRO DE JÓ