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sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

HOMOSEXUALISMO NOS SINPSONS

Dá pra voltar pro armário?



Eu, neste blog que vos fala, já fiz algumas piadinhas com o homossexualismo (ver Tchaiquinha, para os íntimos). Isso não é evidência para chamarem-me de preconceituoso. Como disse Gustave Flaubert, “uma piada é a coisa mais poderosa que existe, a mais terrível: ela é irresistível. (...) Tenho pena daqueles que acreditam na seriedade da vida”.

Digo isto como introdução a um estudo do psicólogo de Harvard, Robert Epstein, publicado na Scientific American Mind (edição estadunidense, vol. 20 no. 3, p. 63, Jul. 2009), que levanta uma questão interessante: pode um gay mudar de orientação sexual durante a vida?

A pergunta é pertinente, já que vemos promessas de cultos evangélicos (lá vou eu de novo falando mal da religião...) de que podem “curar” o homossexualismo. E não apenas a religião demonstra esse preconceito: associações psiquiátricas (ou seja, científicas) até pelo menos a década de 1960 consideravam o homossexualismo um desvio comportamental. Em outras palavras, uma doença, portanto passível de tratamento (ou pelo menos sujeita à busca de uma cura).

Por outro lado, vemos campanhas de movimentos pró-homossexuais afirmando que os gays não têm escolha sobre a própria orientação sexual. Eles nasceram assim, e não se trata de uma “opção” sexual, como dizem alguns, porque não é, na realidade, uma opção. Afinal, com toda a pressão conservadora da sociedade, quem, em pleno juízo e de livre vontade, escolheria a às vezes dura vida de homossexual, visto com maus olhos na hora de escolher uma profissão, de encontrar um emprego, enfim, até mesmo de frequentar e manifestar carinho em certos espaços públicos?

Afinal, quem está certo ou, pelo menos, com mais razão: os intolerantes e fanáticos religiosos e psicólogos da escola antiga, que afirmam que os gays têm uma doença curável (aceitando-se Jesus no coração ou com anos de terapia), ou os movimentos gays, que sustentam que qualquer orientação sexual é aceitável e normal, além de ser imutável, permanente, vitalícia?

No fim das contas, segundo Epstein, parece que as duas visões estão igualmente certas em alguns pontos e erradas em outros. Vejamos.

Os religiosos estão certos em dizer que a homossexualidade é “curável”, apesar de errados em dizer que seja uma doença. Pelo menos em alguns casos. Ao contrário do que afirma o famoso dito machista de boteco, realmente existem ex-gays. É possível mudar de orientação sexual e ser feliz com a nova vida. Inúmeros exemplos comprovam esse fato, como cita Epstein no artigo.

Já os movimentos gays têm razão em afirmar que toda forma de sexualidade é aceitável, desde que se respeitem os direitos e liberdades dos parceiros envolvidos. Obviamente, pedofilia e extremos sado-masoquistas excluem-se do rol de comportamentos aceitáveis. Nem sempre foi assim, e algumas sociedades aceitavam livremente o amor a jovens efebos por homens mais velhos, como na Grécia e Roma antigas. No entanto, eu tenho certo pudor em dizer que estes tabus são relativos aos valores da sociedade. Eu acho que a pedofilia é tão danosa ao crescimento saudável da criança hoje em dia quanto na Atenas do século IV a.c. Afinal, a criança “abusada” sexualmente era usualmente uma escrava. Abusada entre aspas porque, segundo a constituição daquele lugar e tempo, essa prática era legal e não havia nada a ser recriminado. Apenas hoje em dia consideramos isso um abuso – que o digam os padres católicos, que não deixam (traseiro de) nenhuma criança para trás. De qualquer modo, a criança era usada para favores sexuais contra a sua vontade ou sem saber o que se passava, assim como hoje em dia.




Mas eu conheci um sujeito na Alemanha (um sul-africano de mãe italiana e pai grego, com tripla cidadania!) que, por causa de pressões semelhantes da família e da escola, tornou-se ambidestro. E mais: ele escrevia com a mão esquerda igual ao Leonardo da Vinci: da direita para a esquerda, com as letras invertidas, como em um espelho. Ele é provavelmente um canhoto genético, porque a pressão para que ele fosse destro foi bem mais forte que no meu caso e mesmo assim ele continuou a usar bem a mão esquerda, mesmo de um modo idiossincrático. As anotações que ele faz para si mesmo são assim até hoje, leonardescas, porque para ele é o modo mais natural. Somente na hora da prova ele escrevia com a mão direita.

Mesmo assim, é extremamente difícil para mim fazer qualquer coisa com a mão direita, seja escrever ou manipular ferramentas. Eu teria uma enorme dificuldade para trocar de mãos. Ah lembrei de mais uma coisa: quando me estendiam a mão (direita) para um cumprimento, eu frequentemente oferecia a minha esquerda, porque para mim era o mais natural a ser feito. Só com os anos tornou-se espontâneo e automático o aperto de mão usando a direita.

Mas voltando à vaca fria: entre 50 e 75% dos gays não seriam “gays genéticos”, mas o seriam por influências sócio-ambientais. Mas isso apenas teoricamente. Teoricamente porque, por causa da forte pressão social, a maioria dos gays assumidos são provavelmente gays genéticos. Ou seja, a pressão social tem o efeito de empurrar a curva para a direita, no gráfico acima, da mesma forma que faz haver mais destros que canhotos. Já discutimos isso no começo da postagem (a pressão conservadora da sociedade etc.).

Portanto, os religiosos estão mais uma vez equivocados: na maioria dos casos observados, é praticamente impossível trocar de orientação sexual sem gerar uma insatisfação no indivíduo. E a razão favorece os ativistas gays: a maior parte dos gays do mundo moderno é gay não por opção ou motivos sociais, mas por razões genéticas. Com o afrouxamento da pressão social contrária ao homossexualismo, o número de gays e bissexuais tende naturalmente a aumentar. Mas também aumenta a chance de que, em alguns casos, a orientação sexual seja reversível.

Não que essa reversão seja fácil. Como diz Epstein no seu artigo, “Mesmo que haja claras evidências de que alguns gays possam trocar de orientação sexual, a vasta maioria provavelmente não pode — pelo menos não confortavelmente. Se você duvida disso — e assumindo que você seja destro — tente comer com a mão esquerda durante um ou dois dias, e boa sorte com a sua sopa”.


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